Prefeitura de Santa Rita promove campanha contra trabalho infantil durante Carnaval

A Prefeitura Municipal de Santa Rita por meio da Secretaria de Assistência Social, está promovendo a campanha “Trabalho infantil não é folia”. A campanha traz como principal objetivo a conscientização da população acerca do trabalho infantil, que é crime. Nesta terça-feira (14), a partir das 8h na Estação Ferroviária de Santa Rita, populares foram conscientizados diante da gravidade do trabalho realizado por crianças.

Na quarta-feira (15), a ação acontece na Praça Monsenhor Rafael de Barros, popularmente conhecida como Praça da Rural, no centro de Santa Rita.

Além de serem privadas de uma infância plena, com sonhos, brincadeiras e educação, as crianças que trabalham carregam graves consequências para a vida adulta, como impactos físicos, psicológicos e econômicos, além da perpetuação do ciclo da pobreza, repetido de geração a geração.

Milhões de crianças e adolescentes abandonam as escolas para trabalhar nas ruas, onde ficam totalmente vulneráveis, desprotegidas e expostas a drogas, violência, exploração sexual e, até mesmo, correm risco de vida. Durante o Carnaval, esta situação pode se agravar ainda mais.

A Coordenadora do PETI- SR alertou sobre os riscos à saúde da criança que trabalham.

“Estamos lutando para que as crianças tenham sua infância preservada dentro do cuidado, educação e diversão. Lugar de criança é na escola, se divertindo, construindo memória positiva. As crianças ficam expostas a situações de riscos, acidentes e problemas de saúde relacionados ao trabalho”, declarou, Tânia Ricardo.

“A campanha é de suma importância para combater o trabalho infantil, principalmente nessa época de carnaval. Essas ações se somam as todas as atividades realizadas pela assistência social, que diariamente trabalha nesse combate”, destacou, Conceição Amália, Secretária de Assistência Social de Santa Rita.

A campanha é uma parceria da Secretaria de Assistência Social, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

Espécies de trabalho infantil

– Trabalho infantil doméstico em caso de terceiros é uma das formas mais comuns e tradicionais de trabalho infantil;
– Trabalho infantil no campo;
– Trabalho infantil nas ruas;
– Trabalho infantil e exploração sexual;
– Trabalho infantil perigoso;

Impactos físicos

O cansaço, distúrbios de sono, irritabilidade, alergia e problemas respiratórios também estão na lista das consequências físicas do trabalho infantil, pois alguns deles exigem esforço físico extremo, como carregar objetos pesados ou adotar posições que prejudicam o crescimento, ocasionando lesões na coluna e produzindo deformidades.

Na indústria, muitas vezes meninos e meninas não apresentam peso ou tamanho para o uso de equipamentos de proteção ou ferramentas de trabalho destinados a adultos, levando à acidentes que podem causar mutilação de membros ou até o óbito.

No trabalho rural, as crianças estão expostas a ferimentos cortantes, queimaduras e acidentes com animais peçonhentos. Por ter menos resistência que os adultos, também estão mais suscetíveis a infecções e lesões.

Impactos psicológicos

Quando a criança é responsável por uma parte significativa da renda familiar, há uma inversão de papéis, o que pode dificultar a inserção dela em outros grupos sociais da mesma faixa etária, porque os assuntos e responsabilidades vão além da idade adequada. Outras consequências do trabalho infantil são os abusos físico, sexual e emocional sofridos pelas crianças e adolescentes interferem não apenas na saúde, mas também no âmbito emocional, ocasionando o desenvolvimento de doenças psicológicas.

Os trabalhos que se enquadram na categoria de piores formas podem causar consequências ainda mais graves, no caso de trabalhos relacionados ao tráfico e exploração sexual, trazendo consequências negativas de ordem psicológica e de autoestima.

Impactos econômicos

O Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador aponta que quanto mais precoce é a entrada no mercado de trabalho, menor é a renda obtida ao longo da vida adulta. Esse sistema mantém os altos graus de desigualdade social.

De acordo com o estudo Trabalho Infantil e Adolescente: impacto econômico e os desafios para a inserção de jovens no mercado de trabalho no Cone Sul, no caso de jornadas de 36 horas semanais, a evasão escolar pode chegar a 40%. Para a mesma carga de trabalho, a queda no rendimento varia de 10% a 15%, dependendo da série. O desinteresse pelos estudos compromete, no futuro, o ingresso no mercado de trabalho.

O trabalho afeta a capacidade da criança para frequentar a escola e aprender, tirando dela a oportunidade de realizar plenamente seus direitos à educação, lazer e desenvolvimento. Uma vida saudável ajuda na transição para a vida adulta bem-sucedida, com trabalho digno, após a conclusão da escolaridade.

Ciclo da pobreza

Com poucas oportunidades de estudar, a criança que trabalha geralmente reproduz o perfil de outras gerações da família, que também trabalharam na infância. Sem a conscientização e direito a novas oportunidades que deveria ser garantido por meio de políticas públicas, dificilmente as crianças com este perfil conseguem romper o ciclo da pobreza e miséria de suas famílias.

A população pode realizar sua denúncia pelo telefone 100 ou 123.

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