Oposição pede reforma eleitoral ao regime de Daniel Ortega na Nicarágua

Diálogo entre governo e oposição está travado quase um ano depois do início dos conflitos que marcam o caos político na Nicarágua. Grupos pedem libertação de presos políticos.

A oposição ao regime de Daniel Ortega na Nicarágua pediu para o governo apresentar, em 22 de abril, uma proposta de reforma eleitoral. O tema é considerado crucial para solucionar o caos político que envolve o país centro-americano há quase um ano.

“Pedimos ao governo que apresente proposta de reformas que deem aos nicaraguenses o direito de eleger livremente as autoridades por meio de eleições antecipadas, justas e transparentes”, afirmou um representante da Aliança Civil pela Justiça e pela Democracia (ACJD).

A data estipulada pelos opositores coincide com a chegada de uma delegação da Organização dos Estados Americanos (OEA). O bloco e a oposição, além dos Estados Unidos, pressionam pela antecipação das eleições antes previstas para 2021.

Polícia da Nicarágua reprime manifestantes durante protesto contra governo de Daniel Ortega — Foto: Maynor Valenzuela/AFPPolícia da Nicarágua reprime manifestantes durante protesto contra governo de Daniel Ortega — Foto: Maynor Valenzuela/AFP

Polícia da Nicarágua reprime manifestantes durante protesto contra governo de Daniel Ortega — Foto: Maynor Valenzuela/AFP

Estima-se que centenas de pessoas morreram desde o início dosconflitos entre manifestantes e milícias armadas pelo governo de Ortega. Além disso, outras centenas de pessoas estão presas e milhares deixaram o país.

As negociações entre oposição e governo estão suspensas desde 3 de abril, por falta de avanço nas discussões para restabelecer justiça e democracia na Nicarágua.

Prisões políticas em Nicarágua

Policiais detém manifestante durante protesto em outubro em Manágua, na Nicarágua  — Foto: Oswaldo Rivas/ ReutersPoliciais detém manifestante durante protesto em outubro em Manágua, na Nicarágua  — Foto: Oswaldo Rivas/ Reuters

Policiais detém manifestante durante protesto em outubro em Manágua, na Nicarágua — Foto: Oswaldo Rivas/ Reuters

As delegações ainda trabalham para o cumprimento do acordo de libertar os manifestantes presos com a intervenção do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). No entanto, segundo a oposição, nenhum preso político foi libertado desde a assinatura do texto.

A ACJD contabiliza 779 detentos, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) avalia 647, enquanto o governo reduz para 340.

O governo libertou em 5 de abril, por “vontade própria” e na margem dos acordos com a oposição, 50 pessoas presas por participarem dos protestos. Desde 27 de fevereiro, 200 prisioneiros foram transferidos para o regime domiciliar.

G1

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