TRINCAS E FISSURAS: Vistoria aponta que obras da transposição do Rio São Francisco já tem problemas

Os canais da Transposição do Rio São Francisco apresentam uma série de “patologias”, como trincas e fissuras, e em alguns pontos até mesmo rachaduras, incompatíveis com o tempo decorrido desde a sua construção. A constatação foi feita em um laudo técnico após vistoria solicitada pelo Ministério Público Federal da Paraíba (MPF) nas obras do Eixo Leste da Transposição do São Francisco, entre as cidades de Monteiro (PB) e Sertânia (PE).

O MPF em Monteiro encaminhou a informação técnica para o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), para conhecimento e aguarda esclarecimentos do Ministério.

Foram encontrados problemas no  revestimento de concreto dos canais, em alguns locais totalmente danificado, enquanto em outros o aspecto poroso suscita “dúvidas quanto ao método executivo e mesmo à sua qualidade”.

O laudo aponta ainda assoreamento do canal e canais de drenagem danificados. “Em alguns pontos do canal, também foi observado que o revestimento de concreto

apresentava rachaduras de mais de 1,5 cm de espessura, bem como trechos em que o revestimento estava totalmente danificado”, diz a informação técnica, assinada pelo  Analista de Engenharia Civil / Perito – MPF, Marcelo Pessoa de Aquino Franca.

 

De acordo com ele, tentou-se tratar a rachadura com selante flexível, mas ela se manteve ativa, aumentando sensivelmente a sua espessura no decorrer do tempo, indicando que houve a movimentação da placa.

A meu ver, tais patologias estão associadas a impropriedades quando da concepção e/ou execução da obra e não a fenômenos naturais ou climáticos da região. Entendo que o excesso de fissuras, trincas e mesmo a ruptura do concreto que reveste o canal por si só é um indicativo de que: ou a qualidade do material ficou aquém daquela desejada (elevado fator água/cimento, condição de cura insatisfatória, etc.) ou existe uma deficiência na concepção das juntas de dilatação e controle. Em qualquer dos dois casos, deve-se buscar a causa e corrigir o problema, sob pena de comprometer a vida útil da obra”, diz o documento.

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