Senador que comanda CPI das Fake News recebeu R$ 40 milhões em recursos do governo

O senador baiano Angelo Coronel (PSD), que preside a CPI que investiga a criação de Fake News por parte de aliados do presidente Jair Bolsonaro dentre eles o seu filho Carlos, recebeu uma sinalização do Palácio do Palanalto de que poderá direcionar R$ 40 milhões para a sua região de origem. Segundo alguns veículos, o Governo Federal teria gastado pelo menos 3 bilhões de reais neste período que antecede as eleições que definirão os novos presidentes das casas do Congresso Nacional.

O PSD, chefiado por Gilberto Kassab, recebeu a maior fatia do bolo disponibilizado pelo governo às vésperas das eleições no legislativo. Foram R$ 600 milhões, 20% dos R$ 3 bilhões. E na lista dos parlamentares do partido que puderam indicar recursos, o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito aparece entre os quatro mais contemplados. A pedido dele, o governo já destinou R$ 30 milhões para obras da Companhia de Desenvolvimento dos Vales dos Rios São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e outros R$ 10 milhões a ações do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs).

O senador afirmou que não há qualquer relação entre o direcionamento de recursos e as eleições do Congresso. “É minha obrigação, como parlamentar, correr atrás de obras para o meu estado. É normal, mas em nenhum momento foi em troca de votação”, disse. A verba já tinha sido prometida desde o ano de 2019, argumentou. Desde então, ele diz que não tratou mais com o governo sobre as verbas extras.

Coronel contou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) manteve a interlocução para garantir os repasses — que foram dados em 30 de dezembro, período em que o governo reforçou a cooptação de parlamentares. “Aqui o nosso interlocutor direto perante o governo é o Davi Alcolumbre”, disse. “É quem assumia, tocava e solicitava e intermediava junto aos ministérios para atender aos pleitos dos parlamentares”, completou.

“A gente fala que precisa de ajuda nos municípios tais, tais e tais, e ele diz que vai ver e encaminhar. Isso aí, desde quando ele assumiu o Senado, tinha esse papel, que deveria ser até dos líderes, mas ele é quem fazia essa intermediação.” Aliado do presidente Bolsonaro, Alcolumbre trabalha para eleger Pacheco seu sucessor.

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