Daniel Silveira usava atestados assinados por faxineiro de hospital para faltar ao trabalho

O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), preso na noite de terça-feira (16) após ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), usava atestados médicos falsos para faltar ao trabalho enquanto cobrador de ônibus no Rio de Janeiro.

Silveira conseguiu atestados para faltar ao serviço de 23 de dezembro de 2006 a 17 de janeiro de 2007. Ao todo, ele solicitou o documento três vezes em um pronto-socorro de Petrópolis (RJ).

Na época, ao prestar depoimento na delegacia da cidade, o hoje deputado alegou que, diante da negativa de uma médica de assinar o documento, pediu um atestado a um “homem que estava sempre de branco no corredor da unidade”. O homem prontamente teria “preenchido o atestado na sua frente”.

O homem de branco, no entanto, era faxineiro do hospital. Em depoimento à polícia, ele disse que conhecia Silveira “antes mesmo de ele trabalhar na empresa de ônibus”.

Ainda segundo informações do jornal, a passagem pela polícia atrasou em três anos o ingresso de Silveira na Polícia Militar do Rio. Ele foi reprovado, em 2011, pela pesquisa social necessária para ingressar corporação e só foi plenamente integrado em 2014, após recorrer à Justiça.

Como policial militar, Silveira manteve seu histórico de faltar ao serviço. Em seus cinco anos, nove meses e 17 dias na PM, ele contabilizou 26 dias de prisão, 54 de detenção, 14 repreensões e duas advertências – a maioria das punições por faltas e atrasos.

STF mantém prisão

Os ministros do STF referendaram em sessão virtual nesta quarta-feira (17) a decisão do ministro Alexandre de Moraes de mandar prender o deputado.

Ele foi preso em flagrante em Petrópolis após divulgar vídeo com novos ataques e ameaças aos ministros do Supremo e fazer apologia ao AI-5, ato institucional mais repressivo da ditadura militar. A prisão do bolsonarista foi determinada por Moraes, que é o relator do inquérito.

No julgamento desta quarta-feira, os ministros acompanharam Moraes de forma unânime: foram 11 votos a 0 pela manutenção da prisão de Silveira.

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