Daniella Ribeiro justifica voto contra benefício para pessoas com deficiência: “Meu carro não é de luxo”

A senadora Daniella Ribeiro (Progressistas/PB) pediu a palavra durante sessão remota do Senado Federal na última terça-feira (22) para justificar o seu voto contrário ao Projeto de Conversão nº 12, de 2021 (MP 1034/2021) que trata da aquisição de automóveis por pessoa com deficiência. Como líder do Progressistas, a senadora paraibana votou contra a matéria e orientou a bancada de seu partido a também votar contra o projeto.

Por conta de seu posicionamento, Daniella foi criticada pelos colegas, principalmente pela senadora Mara Gabrilli (PSDB/SP), que possui deficiência física e é uma ardorosa defensora dos direitos das pessoas com deficiência. A votação da matéria gerou polêmica no Senado, sobretudo em relação ao valor do automóvel e ao tempo necessário para que o beneficiado possa trocar de veículo.

Neste caso, Daniella justificou o seu voto afirmando que não possui carro de luxo e que, há quatro anos, utiliza o seu veículo, popular, para se deslocar pelos 223 municípios da Paraíba, o que seria um argumento plausível ao seu voto, contrário para que as pessoas com deficiência possam trocar de veículo após dois anos da compra, como ocorre atualmente.

Veja o vídeo, em anexo, ou leia abaixo a descrição do que a Senadora falou na sessão do Senado, dirigindo.se, inicialmente, à senadora Mara Gabrilli:

“Eu queria também fazer uma… é… eu gostaria de dar uma resposta à minha amiga em relação ao que ela falou. Eu fiz questão de aqui citar… é… o relatório do… o relator Ciro Nogueira, com relação ao uso dos carros e ela falou, Mara, você falou que… é… diferente o uso… o… da pessoa com deficiência no que diz respeito à quantidade, à necessidade e à quantidade de uso e eu quero te dizer que eu moro, o meu estado, acho que você não conhece, a Paraíba, são 223 municípios e meu carro, ele não é carro de luxo, diferente o que você citou. São 223 municípios onde eu visito, visitei, de 2016 a 2020, com meu carro, que não é de luxo, como falei, esses municípios, indo e vindo, e confesso que não trocaria ainda se não fosse meus filhos reclamando com medo da segurança minha. Mas, foram quatro anos com meu carro. Então, e que, como falei, não é de luxo, e hoje também não é, porque troquei por outro que também não é carro de luxo. Então, assim, o que eu gostaria de falar é que os argumentos do… do… do relator, eles estão totalmente, voltados e é importante também dizer que, mesmo a nossa querida amiga Mara, que traz sempre argumentos importantes, senhor presidente, mas assim, a gente não pode, foi assim que eu me senti da última vez, em relação à questão dos surdos, pra gente votar naquele dia, onde o relatório era do amigo Flávio Arns, é…, a gente não pode ficar incumbida de uma timidez no que diz respeito a ter, a votar ou se definir também com relação a temas que tem a ver com a deficiência, mesmo sabendo que nossa querida, ela é… ela tem… a… vamos dizer.. a… uma…uma…responsabilidade, ou vamos dizer… uma própria… uma… experiência própria com relação à deficiência, mas isso não quer dizer que nós não temos compromisso nem não temos é… experiências também e responsabilidades com esse.. essa… essa… é.. é.. é.. essa… é.. esse pessoal todo que a gente representa, esse segmento que representamos e eu, particularmente, represento aqui na Paraíba, senhor presidente. E isso eu preciso dizer, então, por isso, eu me sinto aqui, porque, é o que, os presidentes, que é o que o senador Ciro colocou, que espera não debater mais com a senadora Mara, mas, eu acho que Mara, ela deve representar não só o pessoal com deficiência, mas também outas questões também, assim como nós representamos deficiência, mas também outros segmentos também. Então, por isso, eu queria deixar isso muito claro, com relação ao que foi falado sobre mim. Obrigado, senhor presidente”.

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