Conselho Tutelar de CG denunciou fundador das Casas Bahia por abuso de garota de 13 anos

Segundo uma reportagem publicado pela Agência Pública, o empresário Samuel Klein, fundador da Casas Bahia, foi alvo de uma denúncia de abuso sexual e estupro movida pelo Conselho Tutelar de Campina Grande em 2006. De acordo com a denúncia do órgão, o crime teria ocorrido em 2001 quando a vítima do acontecimento tinha apenas 13 anos. O crime só teria sido denunciado após a menina vir morar com a mãe na Rainha da Borborema.

De acordo com as informações reveladas pela reportagem, mais de 35 pessoas, entre elas advogados, ex-funcionários da empresa e mulheres dizem ter sido vítimas dele, morto em 2014. A íntegra da reportagem pode ser lida aqui.

Além do “rei do varejo”, como era conhecido, seu filho Saul Klein é investigado por aliciamento e estupro de mais de 30 mulheres. No depoimento à Justiça, Bianca (nome fictício) revelou as tentativas de Samuel Klein de “acariciar” e “forçar de forma horrorizante”.

“Estou aqui para denunciá-lo para que isso não venha acontecer com as demais jovens, que passaram e estão passando por isso e não tem coragem de fazer a denúncia, por medo e por constrangimento, igual eu tive”, afirmou, conforme análise do inquérito feito pela Agência Pública.

De acordo com a denúncia, a família dela sofreu perseguição. “Eu não o coloquei na justiça há mais tempo pelo fato dele me ameaçar e ameaçar minha família.” “Ele tentou subornar a mim e à minha família com muito dinheiro”, afirmou a adolescente.

O pai de Bianca afirmou, em depoimento, que os seguranças de Samuel Klein teriam oferecido R$ 50 mil e a secretária do empresário, R$ 10 mil, para que a família não denunciasse o caso.

No relato, ele afirmou que pensou em procurar o empresário após descobrir os abusos, mas foi aconselhado por amigos e familiares a “não se meter”, já que Samuel se tratava de uma “pessoa rica e poderosa”. Outras cinco testemunhas também prestaram depoimento.

“Em 2011, o juiz Valdir Ricardo, da 1ª Vara de Justiça de Guarujá, julgou extinta a punibilidade de Samuel Klein e determinou o arquivamento do inquérito contra o empresário”, ressalta trecho.

Conforme a reportagem, o Ministério Público de São Paulo chegou a reconhecer os indícios de abusos, mas recomendou o arquivamento dos autos devido impossibilidade de responsabilização criminal.

“Em que pese os diversos depoimentos indicarem a ocorrência de abusos sexuais praticados pelo investigado em desfavor da ofendida, mesmo que tais relatos estivessem cabalmente demonstrados nos autos, verifica-se que ocorrera a prescrição da pretensão punitiva em abstrato em relação a qualquer tipo penal em que a conduta de Samuel venha a ser enquadrada”, escreveu o promotor de justiça Antônio Benedito Ribeiro Pinto Júnior.

Ainda de acordo com a Agência Pública, a defesa de Klein evitava a intimação para oitivas. No inquérito que investigou os abusos contra Bianca, as tentativas foram feitas durante três anos, de agosto de 2006 a dezembro de 2009.

“O empresário, por meio de sua defesa, apresentou atestados médicos e pediu que a oitiva ocorresse em São Caetano do Sul, mas nunca atendeu as autoridades policiais”, afirma a reportagem.

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