DATA DE VALIDADE: Quais profissões vão acabar nos próximos 5 anos?

Quantas vezes você ligou para um lugar e foi atendido por um robô? Ou então pagou uma compra apenas aproximando o cartão? Durante a pandemia da Covid-19, quando o distanciamento social se faz necessário, a tecnologia passou a exercer atividades que, antes, pareciam exclusividade de seres humanos. A forma de encarar isso fica por sua conta: pode ser uma distopia, por conta de profissões que vão acabar nos próximos anos, ou um momento de adaptação, onde se atualizar será questão de necessidade

De acordo com especialistas em mercado de trabalho consultados pela reportagem do Yahoo! Finanças, uma série de profissões deve simplesmente desaparecer graças à automatização de processos e substituição por robôs já nos próximos cinco anos.

Trabalho muito repetitivo? Cuidado

Para entender quais profissões devem desaparecer com a tecnologia, é preciso antes compreender quais habilidades podem ser reproduzidas por máquinas. É o primeiro passo para iniciar o processo de automatização. “Tudo que for mecânico, previsível e objetivo a máquina já faz mais rápido e com uma margem de erro menor do que o ser humano”, diz Jean Rosier, co-fundador da Sputnik, escola corporativa focada no futuro do mercado.

Dentro disso, há um grande leque de profissões que devem desaparecer. Aquele profissional que fica em linhas de montagem, tal qual Charlie Chaplin em ‘Tempos Modernos’, não deve existir mais na indústria. Outras profissões “mecânicas” do dia a dia também devem fazer parte do passado: operador de caixa, auxiliares de escritório e funcionários de bancos e seguradoras devem ser substituídos por robôs que cumprem tarefas parecidas. Vendedores de loja, enquanto isso, devem perder espaço pro digital.

“Toda atividade que pode ser colocado em um ‘script’ e não necessite de alguém para usar a criatividade ou tomar uma decisão tem chance de ser robotizada”, afirma o conselheiro de carreira para estudantes da Pós-graduação da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Augusto Dutra Galery. “O risco é maior quanto mais simples a [função]”.

Além disso, espera-se que motoristas, taxistas e até mesmo pilotos de avião comecem a ver o trabalho ser substituído por sistemas autônomos integrados a automóveis.

A inteligência artificial também é um risco para engenheiros de software, que devem perder espaço para atualizações próprias da máquina.

Além deles, analistas de investimentos, contadores, recrutadores, assistentes jurídicos e analistas financeiros também podem estar com os dias contados.

Calma: o mundo (ainda) não é dos robôs

Ao invés de aceitar o destino e perder o emprego, chegou a hora de se atualizar e adquirir novos conhecimentos. Afinal, muitos cargos ainda serão necessários, como os de secretariado e assessoria executiva, mas terão novas tarefas e exigências.

No Senac São Paulo, a área de atendimento corporativo possui treinamentos para apoiar qualificações mais técnicas, ajudando no desenvolvimento de competências transversais. Já a Fecap acaba de passar por uma reforma na grade curricular para garantir que o conhecimento em tecnologia e nas chamadas soft skills — aquelas relacionadas com características humanas complexas — esteja presente em todos os seus cursos.

“Mesmo diante de intensa automação e transformação nestes setores, é possível que profissionais encontrem nichos de atuação a partir de oportunidades identificadas e continuem atuando em um novo contexto”, explica Ana Kuller, especialista do Senac. “Passaremos a observar, cada vez mais, a divisão de trabalho entre humanos, máquinas e algoritmos — e isso demandará novas capacidades.”

Dutra Galery, da Fecap, lembra que cursos de biblioteconomia, no início do século, foram reformulados para gestão de informação e possuem alta demanda hoje em dia.

“Há também um certo exagero sobre a questão do desaparecimento de certas profissões. O que acontecerá mais provavelmente é que essas profissões sejam reformuladas. É uma discussão que precisa ser feita com cuidado”, finaliza.

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