Delegado crê que morte de juíza foi premeditada e diz que ex a chantageava

O delegado-adjunto da Delegacia de Homicídios Pedro Casaes, que investiga o assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral, 45, no Rio de Janeiro, disse acreditar que o crime foi premeditado. O engenheiro Paulo José Arronenzi, ex-marido dela, foi preso em flagrante.

Segundo o delegado, Arronenzi, que estava desempregado, chantageava a magistrada, com quem foi casado por dez anos.

O engenheiro optou por ficar em silêncio quando interrogado na Delegacia de Homicídios da capital.

Segundo o Fantástico, uma ex-namorada dele prestou queixa em 2007 porque ele teria arranhado o carro dela e não aceitava o fim do relacionamento.

Empresária socorreu filhas da juíza

A TV Globo também entrevistou a empresária Daiane de Oliveira, que socorreu as filhas da juíza — gêmeas de 7 anos e uma menina de 9 — no momento do crime. Elas gritaram e pediram para que o pai parasse de agredir a mãe.

A magistrada foi atingida por 16 facadas e morreu após corte na veia jugular localizada no pescoço, segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal).

Daiane é dona de um restaurante que fica na rua onde o crime aconteceu. Uma cliente que estava indo embora viu a cena, gritou por ajuda e a empresária correu para tentar ajudar.

“Quando eu desci ela já estava caída no chão com as filhas em cima chorando. A primeira reação que tive foi de pegar elas e tirar elas para não verem o que estava acontecendo e também com medo do pai delas fazer alguma coisa com elas”, contou.

Ela disse ainda que perguntou ao agressor como ele teve coragem de fazer aquilo na frente das filhas.

‘A gente não quer que morte tenha sido em vão’

A juíza Renata Lima, amiga de Viviane, a descreveu como uma pessoa doce, serena e humana. Ela contou que Viviane enviou uma mensagem num grupo de amigas três horas antes de ser assassinada desejando um feliz natal.

“(Ele) não aparentava ser uma pessoa que pudesse fazer algo assim. Era uma pessoa divertida, um bonachão, uma companhia agradável em festas”, disse ela sobre o engenheiro.

Renata disse esperar que a morte da amiga não tenha sido em vão. “Que ela sirva para conscientizar a mulher contra tudo isso, ciclos de violência doméstica, de que ela não pode ter vergonha de procurar ajuda, esse é nosso desejo.”

Como denunciar

O Brasil é o 5º país onde mulheres mais são vítimas de feminicídio.

Já sofreu uma agressão e quer denunciar? Registre um Boletim de Ocorrência por violência doméstica em qualquer delegacia. Se puder, procure uma delegacia da mulher, especializada neste tipo de caso.

Conhece uma mulher em situação de perigo? Ligue para 180. O canal do governo federal funciona 24 horas, incluindo sábados, domingos e feriados. A ligação é anônima e a central dá orientações jurídicas, psicológicas e encaminha o pedido de investigação a órgãos de defesa à mulher, como o Ministério Público.

Em casos de emergência, é possível telefonar para 190 e acionar a polícia.

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