‘ELE SÓ FEZ GUARDAR’: Advogados de senador que escondeu dinheiro em partes íntimas dizem que atitude foi tomada contra ‘terrorismo policial’

A defesa do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) afirma que o dinheiro encontrado pela Polícia Federal na cueca do congressista era “de origem particular comprovada”. Os recursos, segundo nota divulgada nesta 2ª feira (19.out.2020) pelos advogados, seriam para “pagamento dos funcionários de empresa da família do senador”.

Rodrigues foi alvo de operação contra desvios de recursos destinados ao Estado de Roraima para o combate ao coronavírus. A quantia escondida na cueca do senador era de cerca de R$ 33.000.

Os advogados também escreveram:

“Em 30 anos de vida pública, o senador nunca sofreu uma condenação e agora está sendo linchado por ter guardado seu próprio dinheiro. Foi uma reação impensada, de fato, mas tomada diante de um ato de terrorismo policial, sem que haja qualquer evidência de desvio em sua conduta”.

A defesa afirmou que os recursos destinados por Rodrigues ao combate à pandemia por meio de emendas “seguem nas contas do governo”. Emendas são uma fração do Orçamento que congressistas têm o direito de definir o destino.

Próximo do presidente Jair Bolsonaro, Chico Rodrigues era vice-líder do Governo no Senado. Foi retirado do posto.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso determinou o afastamento de Rodrigues do Senado. A decisão deverá ser avaliada pelo plenário do Supremo. Por enquanto, Rodrigues segue no exercício do mandato.

Leia a íntegra da nota divulgada pela defesa do senador, datada de domingo (18.out.2020):

“A defesa do senador Chico Rodrigues manifesta sua perplexidade com o linchamento sofrido por ele, sem que haja qualquer prova contra sua conduta.

O dinheiro tem origem particular comprovada e se destinava ao pagamento dos funcionários de empresa da família do senador.

E mais: os recursos destinados por emenda parlamentar à Covid-19 em seu estado seguem nas contas do governo, de forma que nem ele, nem ninguém, poderia deter esses recursos.

Em 30 anos de vida pública, o senador nunca sofreu uma condenação e agora está sendo linchado por ter guardado seu próprio dinheiro. Foi uma reação impensada, de fato, mas tomada diante de um ato de terrorismo policial, sem que haja qualquer evidência de desvio em sua conduta.

Ter dinheiro lícito em casa não é crime. O único ato ilícito deste caso é o vazamento dos registros da diligência policial arbitrária que ele sofreu.”

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