OCDE prevê recessão mundial de pelo menos 6% em 2020 e queda de 7,4% do PIB do Brasil

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê uma recessão mundial de 6% para 2020 caso a pandemia de coronavírus permaneça sob controle e uma retração de 7,6% no ano em caso de segunda onda, de acordo com as perspectivas econômicas publicadas nesta quarta-feira (10).

“A pandemia da Covid-19 provocou a recessão econômica mais grave em quase um século e está a originar enormes prejuízos para a saúde, o emprego e o bem-estar das pessoas”, destaca o relatório.

Para 2021, a OCDE antecipa uma forte recuperação em caso de pandemia sob controle, com um crescimento de 5,2%, que se verá limitado a 2,8% no caso de uma segunda onda.

“Nos seus níveis máximos, a taxa de desemprego nas economias da OCDE seria mais do dobro da taxa anterior à pandemia, com uma recuperação lenta do emprego no próximo ano”, alerta a OCDE.

Estimativas da OCDE para a economia global em 2020 — Foto: Economia G1

No início de março, quando o coronavírus já havia atingido a China, mas ainda não afetava outras grandes economias do planeta, a OCDE apostava em um crescimento mundial de 2,4% para este ano.

Se acontecer ou não uma segunda onda do novo coronavírus, “ao final de 2021 a perda de receita vai superar a de todas as recessões anteriores dos últimos 100 anos, exceto em período da guerra, com consequências terríveis e duradouras para as populações, empresas e governos”, afirmou a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone, segundo informa a France Presse.

A zona do euro será particularmente afetada com um retrocesso previsto do Produto Interno Bruto (PIB) de 9,1% no cenário mais favorável, e de 11,5% na hipótese de segunda onda em 2020.

Projeção para o Brasil

Segundo as estimativas da OCDE, o Brasil deve encolher 7,4% em 2020 e crescer 4,2% em 2021; mas, se houver uma segunda onda de surto, a contração pode chegar a 9,1% este ano, com crescimento de 2,4% no próximo.

“À medida que as medidas de bloqueio são facilitadas e a atividade recomeça, a economia deverá recuperar lenta e parcialmente, mas alguns empregos e empresas não serão capazes de sobreviver. O desemprego atingirá máximos históricos antes de recuar gradualmente”, destacou a OCDE, observando a pandemia ainda está se espalhando rapidamente no Brasil.

A projeção da OCDE para o Brasil é mais pessimista que a do mercado brasileiro, que prevê uma queda de 6,48% do PIB do Brasil em 2020, segundo a pesquisa Focus do Banco Central. Também é pior que as feitas pelo Banco Mundial e pelo FMI, que estimaram queda de 5,2% e 5,3% no PIB brasileiro este ano, respectivamente.

Já Argentina terá retrocesso de 8,3% ou 10,1%, segundo as estimativas da OCDE. A economia do México deve recuar 7,5% ou 8,6%.

A informação é do G1

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