Exército instaura processo administrativo contra Eduardo Pazuello

O Exército decidiu abrir nesta 2ª feira (24.mai.2021) um processo administrativo contra o ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello pela participação em ato favorável ao governo federal no domingo (23.mai.2021). Houve aglomeração no evento, que incluiu um passeio de moto com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Os dois não utilizaram máscara.

Pazuello será investigado por ter violado o Regulamento Disciplinar do Exército, que prevê punição para “quem manifestar-se publicamente, militar da ativa, sem que esteja autorizado a respeito de assuntos de natureza político partidária”. A informação é da CNN Brasil.

Mais cedo nesta 2ª feira (24.mai), o vice-presidente Hamilton Mourão disse que Pazuello sofreria alguma punição do Exército por participar da manifestação.

“O episódio será conduzido à luz do regulamento. Eu já sei que o Pazuello entrou em contato com o comandante, colocando a cabeça dele no cutelo, entendendo que ele cometeu um erro”, disse Mourão no Palácio do Planalto.

SANTOS CRUZ CRITICOU

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, caracterizou como “péssimo para o Brasil” a participação de Pazuello n0 protesto.

Em sua conta no Twitter, Santos Cruz postou nesta 2ª feira (24.mai.2021) que “de soldado a general tem que ser as mesmas normas e valores […] o presidente e um militar da ativa mergulharem o Exército na política, é irresponsável e perigoso. Desrespeitam a instituição. Um mau exemplo, que não pode ser seguido”.

NA MIRA DA CPI

O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM) afirmou nesta 2ª feira (24.mai) que a participação de Pazuello no ato político deve entrar na mira da CPI.

“Lógico que isso vai ser analisado pela CPI, não tenha dúvida”, disse em entrevista ao portal UOL.

No sábado (22.mai), Aziz disse que Pazuello será reconvocado a prestar depoimento.

HELENO REBATEU MILITARES EM PROTESTO

Na 4ª feira (19.mai.2021), o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, defendeu que membros da ativa das Forças Armadas sejam “devidamente punidos” caso participem de manifestações, independentemente da ideologia política. A declaração foi feita durante reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.

“É preciso entender qual é essa participação. Os militares da reserva podem participar de manifestações políticas. Militares da ativa não podem e serão devidamente punidos se aparecerem em manifestações políticas, não tenho dúvida disso”, disse.

Na reunião, Heleno afirmou também que mudou de opinião sobre o Centrão, e que não reconhece mais a existência do grupo.

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