Fabricantes pedem e governo adia obrigatoriedade de itens que deixariam o seu carro mais seguro

A pressão de algumas fabricantes surtiu efeito no governo. No último dia 22 o Contran publicou a resolução 799, que adia em dois anos a obrigatoriedade do controle de estabilidade e em três anos as luzes de condução diurna nos carros vendidos no Brasil. A exigência de crash-test lateral e aviso de cintos desafivelados também foram adiados em um ano.

As mudanças, que vão contra a tendência mundial de se produzir carros mais seguros aos consumidores, ocorreu a pedido das principais fabricantes do País. Parte das associadas da Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores) solicitou o adiamento por conta das perdas provocadas pela pandemia global. Luiz Carlos Moraes, presidente da entidade, argumentou que até R$ 80 bilhões “sumiram” da cadeia automotiva nacional.

Até então todos os carros vendidos no Brasil deveriam vir equipados com ESC a partir de 1º de janeiro de 2022. Com o adiamento, somente 50% dos carros vendidos deverão vir com o controle de estabilidade a partir do primeiro dia de 2023, e só no ano seguinte a obrigatoriedade será estendida a todos os modelos.
Segundo o Latin NCAP, o custo de colocação do ESC na linha de produção é de R$ 344 por unidade (Foto: Divulgação/Bosch) — Foto: Auto Esporte

Segundo o Latin NCAP, o custo de colocação do ESC na linha de produção é de R$ 344 por unidade (Foto: Divulgação/Bosch) — Foto: Auto Esporte

Felizmente o retrocesso foi limitado, já que a entidade solicitava um adiamento de três anos na obrigatoriedade do ESC. As principais beneficiadas pela medida são as antigas “quatro grandes” do setor, junto com duas newcomers, nome dado às fabricantes que chegaram ao Brasil após os anos 1990.

Segundo o Latin NCAP, o controle de estabilidade custa, para a fábrica, US$ 60, o que equivale a pouco mais de R$ 340 pela cotação atual. O órgão não recomenda a compra de carros sem o ESC, e o protocolo atual de seus testes de segurança impossibilita que veículos desprovidos do equipamento obtenham a pontuação máxima de cinco estrelas.

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