Investigação acusa Bento 16 de inação em caso de padre pedófilo

Um relatório independente publicado nesta quinta-feira (20) acusa o papa emérito Bento 16 de encobrir casos de abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica alemã. Arcebispo de Munique e Freising de 1977 e 1982, Joseph Ratzinger —nome de Bento 16— não teria impedido que um padre abusasse de quatro meninos, de acordo com os autores do relatório.

“Ele sabia dos fatos”, afirmou Martin Pusch, que fez parte da apuração, segundo a CNN americana. “Acreditamos que ele pode ser acusado de má conduta em quatro casos. Dois deles são relacionados a abusos cometidos durante a sua gestão e punidos pelo Estado. Em ambos os episódios, os perpetradores seguiram ativos no cuidado pastoral”, disse o advogado, do escritório Westpfahl Spiker Wastl.

No início do mês, um documento interno da Igreja Católica obtido pelo jornal alemão Die Zeit já havia sugerido que Bento 16 acobertou casos de abuso sexual contra menores dentro da instituição na década de 1980. O papa emérito, no entanto, nega que tivesse conhecimento do crime à época.

O caso envolve o padre Peter H., que, entre 1973 e 1996, teria abusado de pelo menos 23 meninos com idades entre 8 e 16 anos enquanto ocupava diferentes posições na igreja. Um decreto eclesiástico da arquidiocese de Munique, de 2016, ao qual o Zeit teve acesso, mostra que a instituição criticou o comportamento dos clérigos, incluindo Ratzinger, diante dos abusos.

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