Porsche 911 Carrera fica ‘mais em conta’ e menos potente

Quanto valem 65 cavalos e alguns equipamentos? Para um Porsche, o resultado da conta pode ser de R$ 160 mil. Essa é a diferença de preços da nova versão de entrada do 911, chamada de Carrera, para a Carrera S, um pouco mais potente e equipada.

O primeiro sai por R$ 519 mil, enquanto o segundo é oferecido por R$ 679 mil.

Ambos utilizam o motor 3.0 de 6 cilindros contrapostos, o famoso boxer. Mas a configuração de entrada tem 65 cv a menos. A diferença é justificada por turbina e compressor reduzidos em 4 e 6 milímetros, respectivamente, além da eletrônica.

Na configuração básica, o 911 entrega 385 cv e 45,9 kgfm de torque, contra 450 cv e 54 kgfm do Carrera S. Nos dois casos, o câmbio é de dupla embreagem e 8 marchas, e a tração é traseira.

Ainda que o Carrera tenha quase um carro popular a menos de potência, ele não chega muito depois de um Carrera S na hora de acelerar.

No 0 a 100 km/h, a versão de entrada terminaria apenas meio segundo atrás, após 4 segundos.

E, se tempo é dinheiro, isso é um indício de que talvez a economia possa valer a pena.

3 razões para economizar R$ 160 mil e levar para casa o Carrera em vez de o Carresa S

  • são 65 cv a menos, mas com 385 cv, o Carrera ainda é um esportivo de respeito, que leva só 4 segundos para ir de 0 a 100 km/h;
  • mesmo sendo uma versão de entrada, o Carrera entrega itens interessantes, como o Wet Mode e a central multimídia de 10,9 polegadas;
  • não há esportivos com essa dirigibilidade que custem os R$ 519 mil pedidos pela Porsche

Nas estradas alemãs

G1 avaliou o 911 Carrera em um test drive de aproximadamente 120 km por estradas secundárias no sul da Alemanha.

Ainda que o trajeto não incluísse as conhecidas rodovias sem limite de velocidade do país, foi possível acelerar o esportivo em pistas de asfalto liso, com retas e trechos mais sinuosos, permitindo conhecer melhor a dinâmica do 911 e comparar com o Carrera S, testado pelo G1 duas semanas antes, ainda no Brasil.

A diferença de desempenho entre os dois modelos pode ser percebida, majoritariamente, no modo de condução Normal. O som do motor do Carrera é um pouco mais baixo e o comportamento é mais manso do que no Carrera S.

Nos outros modos, Sport e Sport+, eles se tornam mais parecidos – com um ronco encorpado, câmbio ainda mais ligeiro e acelerador mais sensível.

A configuração mais extrema, porém, acaba não sendo indicada nos trechos de menor velocidade, onde o gerenciamento acaba escolhendo uma marcha muito baixa, elevando demais a rotação.

Nesses casos, a Sport se torna a forma mais adequada, já que garante um bom desempenho, equilibrando conforto dos ocupantes.

Concessões possíveis

Além das diferenças mecânicas, o pacote de equipamentos também é um pouco mais enxuto no exemplar mais barato.

O Carrera, por exemplo, não conta com o kit chamado Sport Chrono, que inclui os modos de direção e controle de largada, escapamento esportivo, som da marca Bose e acesso e partida por chave presencial.

Porém, todos esses citados acima, bem como uma extensa lista de dezenas de opcionais presentes do Carrera S são vendidos como opcionais.

Com todos eles, o preço acaba subindo para R$ 558,9 mil – ainda assim, R$ 120 mil mais em conta do que a versão mais equipada e potente.

Mas isso também não significa que ele seja “pelado”. A maior parte dos itens do Carrera S foram replicados no modelo de entrada.

É o caso da central multimídia de 10,9 polegadas, do quadro de instrumentos digital, do Wet Mode — que reconhece e prepara o carro para situações de piso molhado—, rodas de 20 polegadas na dianteira e 21 na traseira, ar-condicionado com duas áreas de regulagem, bancos dianteiros com ajustes elétricos, faróis full-LED e teto solar.

E os rivais?

Atualmente, há poucos esportivos na faixa de R$ 500 mil no Brasil. Enquanto a Mercedes-Benz deixou a trazer versões de entrada do AMG GT, a Jaguar só está oferecendo o F-Type em opção menos potente, de 300 cv. A Audi também deixou de comercializar o TT RS.

Quem mais se aproxima do Carrera acaba sendo o BMW M4 – derivação esportiva com carroceria cupê do Série 3. Ele também tem motor de 6 cilindros, mas posicionados em linha. São 431 cv (46 cv a mais do que o 911). A aceleração de 0 a 100 km/h é 0,1 segundo mais lenta. A etiqueta de preços de R$ 502.950 fica próxima.

Um patamar acima, aparece o Audi RS5 Coupé. Com 450 cv no novo V6 de 2.9 litros, ele acelera de 0 a 100 kmh/ em 3,9 segundos. Só que seu preço é mais alto, e chega em R$ 556.990. Além disso, o som do motor não instiga tanto quando o do 911.

Conclusão

Quando o assunto são carros esportivos, normalmente modelos mais velozes são os mais indicados. Mas, nesse caso específico, o 911 Carrera acaba se mostrando um negócio mais vantajoso.

A própria Porsche acredita que 60% dos clientes do modelo devam optar pela configuração de entrada.

A preferência pelo modelo mais em conta é justificada por um preço consideravelmente mais baixo, enquanto o desempenho é semelhante.

A não ser que meio segundo a menos em uma aceleração de 0 a 100 km/h seja um fator decisivo, vale muito a pena economizar R$ 120 mil e levar para casa Carrera.

Com informações do G1

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