CAETANO X OLAVO: Justiça notifica viúva e filha do guru por dívida de R$ 2,9 milhões

A Justiça de Santa Catarina notificou a viúva e uma das filhas de Olavo de Carvalho (1947-2022), Roxane e Leilah Maria, respectivamente, como parte de um processo indenizatório movido por Caetano Veloso. O TJ tentava intimar as herdeiras desde a morte do guru bolsonarista, em janeiro de 2022, para cobrar uma dívida de R$ 2,9 milhões.

A assessoria de imprensa do cantor não retornou até o momento. A reportagem também tentou contato com a família do escritor, por meio do Instagram, mas não obteve resposta. O espaço permanece aberto.

Com a morte de Olavo, Roxane e Leilah passaram a representar os bens deixados pelo filósofo.

Segundo o Código de Processo Civil, que regulamenta o processo judicial civil no Brasil, “ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores”.

“Com a morte do Olavo de Carvalho, a demanda prossegue em face do respectivo espólio, isso quer dizer que o credor, no caso Caetano Veloso, deverá prosseguir com a execução em face do espólio”, esclareceu o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), no ano passado.

O que aconteceu:

O escritor foi condenado pela Justiça após acusar o músico de pedofilia por causa do romance com a produtora Paula Lavigne. O relacionamento começou quando ela tinha 13 anos, e ele, 40. Caetano e Paula ficaram casados por 19 anos, quando, em 2004, romperam. O casal, que tem dois filhos, reatou a união em 2016.

Olavo de Carvalho chegou a pagar R$ 65.966,78 a Caetano em agosto de 2020, mas se recusou a apagar as publicações questionadas pelo músico. A ordem foi dada pela Justiça sob a pena de multa diária de R$ 10 mil e, por isso, Olavo acumulou o valor de R$ 2,9 milhões.

A 12ª Câmara Cível do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) negou um recurso do escritor e manteve a condenação que determina o pagamento da multa milionária em maio de 2021.

Olavo criticou Caetano em 2018

As brigas entre Caetano Veloso e Olavo de Carvalho na Justiça começaram antes das postagens feitas nas redes sociais. O escritor registrou uma queixa-crime contra Caetano Veloso em 2019, após um artigo escrito pelo artista ser publicado na Folha de S. Paulo.

Caetano foi acusado de calúnia, difamação e injúria. O advogado que assinou a ação alegou que o artista era “canalha”, “delinquente travestido de colunista” e colocou em dúvida os relatos do artista sobre o exílio no período da ditadura militar.

A coluna questionada por Olavo de Carvalho foi publicada em outubro de 2018. Caetano questionou declarações do escritor, apoiador de Jair Bolsonaro (PL), então candidato à presidência.

“Olavo de Carvalho sugere em texto que, caso Bolsonaro se eleja, imediatamente à sua posse seus opositores sejam não apenas derrotados, mas totalmente destruídos enquanto grupos, organizações e até indivíduos”, afirmou Caetano.

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