MILIONÁRIO OU BILIONÁRIO? Silvio Santos saiu de vendedor ambulante para uma das maiores fortunas do país, mas ainda passa por ‘perrengues’

Nascido no Rio de Janeiro, Senor Abravanel, popularmente conhecido como Silvio Santos, começou sua trajetória nos anos 1940, ainda na adolescência, como vendedor ambulante. A boa conversa e capacidade de converter tudo em vendas rendeu ao jovem Silvio oportunidade de trabalhar em uma emissora carioca de rádio. Na década de 1960, com a popularização dos aparelhos de TV, ele seguiu para as telas e se tornou uma personalidade conhecida desde então. Vinte anos depois, em 1981, o apresentador e empresário fundou o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), a terceira maior emissora do país.

A TV fundada por Silvio foi de grande ajuda para o sucesso dos demais negócios do empresário –um vendedor nato–, ao funcionar também como um canal de promoção e publicidade para marcas como Jequiti Cosméticos, Baú da Felicidade e Tele Sena, comandadas por Silvio.

Entre os demais negócios, Silvio Santos foi acionista controlador do Banco PanAmericano S.A., que, em 2011, foi vendido ao BTG Pactual por uma quantia pequena após acumular um rombo de R$ 43 bilhões. O BTG pertence ao bilionário André Santos Esteves, de fortuna estimada em R$ 24,96 bilhões pela Forbes em 2020.

O PanAmericano é alvo de investigação da Polícia Federal, que acaba de concluir um inquérito sobre a venda de 35% das ações do banco à Caixa Econômica Federal, entre 2009 e 2010. O negócio envolveu o pagamento de R$ 740 milhões pela Caixa Participações por ações do PanAmericano.

Segundo informações relatadas pela PF, a transação teria acontecido com conhecimento do rombo bilionário e fraudes contábeis no qual o PanAmericano estaria envolvido. O inquérito agora será analisado pelo Ministério Público Federal (MPF), que decidirá sobre uma denúncia à Justiça que envolveria nove executivos da que fizeram parte do negócio.

Ainda assim, os resultados até então acumulados pelo empresário e apresentador de TV o levaram a estrear na lista de bilionários brasileiros da Forbes em 2013, na 59ª posição, com patrimônio líquido estimado em R$ 2,67 bilhões na época.

Por mais que a conta bancária de Silvio ainda tenha dez dígitos, seus negócios têm enfrentado dificuldades para se manter ao longo dos anos. Desde de sua estreia na lista da Forbes entre os mais ricos do país, a fortuna de Silvio variou significativamente de forma negativa: em 2020, o comandante do SBT aparece no novo ranking de bilionários brasileiros da Forbes com fortuna de R$ 1,9 bilhão, na 179ª posição –R$ 740 milhões a menos do que em sua estreia. A oscilação representa uma baixa de 28% da riqueza do bilionário em um período de sete anos.

Ainda assim, este não é o momento mais delicado para a finanças do bilionário. Em 2018, Silvio registrou a maior baixa em seu patrimônio e apareceu na lista de bilionários brasileiros da Forbes na 160ª posição, quando sua fortuna foi calculada em R$ 1,21 bilhão –desvalorização de 54,16% em comparação aos R$ 2,64 bilhões levantados em 2013.

Apesar da breve recuperação da fortuna de Silvio Santos, o ano de 2020 ainda apresenta sérios desafios ao bilionário do SBT. Na segunda quinzena de agosto, a filha caçula do empresário, Renata Abravanel, assumiu a presidência do conselho do Grupo Silvio Santos para revisar contratos e gastos.

Outro elefante branco na sala de Silvio tem sido um prédio de sua propriedade na Avenida Paulista. O edifício de 16 andares e gastos mensais estipulados em R$ 100 mil está encalhado desde 2013. Por conta da crise, o imóvel está disponível para locação com 20% de desconto, por R$ 370 mil mensais.

Neste ano, a emissora de Silvio Santos também registrou baixa de 20% na audiência.

No total, Silvio Santos construiu um portfólio de mais de 30 empresas. Entre as aplicações do bilionário está a Simba Content, programadora que negocia conteúdo de Record, SBT e RedeTV!, e as companhias que compõem o Grupo Silvio Santos, como a Liderança Capitalização (promotora da Tele Sena), o hotel Jequitimar, no Guarujá, a Sisan Empreendimentos Imobiliários e a TV Alphaville.

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