Caoa confirma ‘conversas’ com a Ford para comprar fábrica em São Bernardo do Campo

Unidade será fechada neste ano. Importadora de veículos da Hyundai, Caoa comprou parte das operações da chinesa Chery em 2017 e é dona da maior rede de concessionárias da Ford.

A Caoa confirmou nesta quarta-feira (27) que “há conversas com a Ford” e com o governo de São Paulo para a compra da fábrica de São Bernardo do Campo, que será fechada neste ano.

A informação de que as duas empresas estavam em negociação foi dada na última terça (26), pela agência Reuters.

O grupo brasileiro é o importador oficial de veículos da Subaru e da Hyundai, e também monta alguns modelos da marca sul-coreana em Anápolis (GO). Em 2017, comprou metade das operações locais da chinesa Chery, acrescentando a fábrica de Jacareí (SP) ao seu portfólio.

A Caoa também é dona da maior rede de concessionárias da Ford no país. “Dessa forma, é natural que a Caoa e a Ford conversem sobre futuros negócios, assim como ocorre com outras empresas sempre que há uma boa oportunidade”, informou a companhia, em comunicado.

“Dito isso, até o momento não há nenhuma definição ou compromisso para a aquisição da planta”, afirmou a Caoa.

Na terça (26), o governador de São Paulo, João Doria, disse haver 3 empresas interessadas em comprar a fábrica da Ford, mas não citou nomes. Doria prometeu ajudar a encontrar um comprador.

Fechamento

A Ford anunciou no último dia 19 que fechará a fábrica de São Bernardo do Campo, a mais antiga da montadora no país. A unidade emprega cerca de 3 mil pessoas e produz o Fiesta e 3 modelos de caminhões.

A medida faz parte da decisão de sair do mercado de caminhões na América do Sul, para retornar “à lucratividade sustentável de suas operações” na região.

Em 2018, a fabricante disse que produziu apenas 19% dos caminhões e 12% dos carros do total da capacidade instalada na unidade do ABC paulista, a única que contemplava veículos pesados da marca.

Investigação

A Caoa foi investigada na Operação Zelotes, sobre compra de medidas provisórias por empresas para conseguir incentivos fiscais. Em setembro de 2017, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, empresário do grupo, se tornou réu no processo em que é acusado de corrupção ativa.

Na época da denúncia, a Caoa se declarou surpresa e afirmou que os fatos já foram objeto de investigação em que ficou provada a inocência da empresa.

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