NEYMAR X ÁLVARO: Comitê disciplinar analisa caso de racismo nessa quarta

O comitê disciplinar da Liga Francesa de Futebol Profissional (LFP) se reúne nesta quarta-feira (30) para analisar acusações de racismo e homofobia envolvendo Neymar e o zagueiro espanhol do Olympique de Marselha Álvaro González.

As questões que vieram à tona até agora são: se Álvaro chamou Neymar de “macaco”, como o atacante do Paris Saint-Germain afirma; se o brasileiro respondeu com palavras homofóbicas, segundo divulgado por uma televisão espanhola após leitura labial; e se Neymar também teria proferido um insulto racista ao japonês Hiroki Sakai, conforme relatou uma pessoa ligada ao Olympique.

Tudo isso pautou o debate no futebol francês desde o clássico vencido pelo Olympique no Parque dos Príncipes, em 13 de setembro. A tumultuada partida terminou com brigas, insultos e expulsões. Neymar recebeu o vermelho após dar um soco na cabeça do espanhol e já foi suspenso por dois jogos pela agressão.

O encerramento do caso está previsto para quarta-feira à noite, quando termina a reunião da comissão disciplinar da LFP, salvo algum inesperado adiamento do veredito. A comissão abriu uma investigação em 16 de setembro, três dias após o jogo, e teve duas semanas para investigar o caso.

Embora o regulamento disciplinar da Federação Francesa preveja dez partidas de suspensão por “comportamento racista ou discriminatório”, essas sanções podem ser reduzidas, aumentadas ou deixadas sem cumprimento total ou parcial de acordo com as circunstâncias, afirma o documento.

A jurisdição é quase inexistente nesses tipos de questão: os casos envolvendo jogadores diretamente permanecem bastante raros na história recente da Ligue 1.

Casos de racismo no futebol europeu

Em 2007, o então atacante do Lyon Milan Baros foi punido por três jogos por ter tapado o próprio nariz e agitado a mão em frente, como se estivesse afastando um mau cheiro, ao se dirigir ao jogador camaronês do Rennes Stéphane Mbia.

Em 2013, o inglês do Olympique de Marselha Joey Barton foi suspenso por dois jogos, sem cumprimento, pelo Conselho Nacional de Ética após chamar o zagueiro brasileiro Thiago Silva (na época jogador do PSG) de “gordo” e “transexual” nas redes sociais.

Após alguns dias de acusações trocadas entre PSG e Olympique, a tensão foi reduzida enquanto se espera o veredito. “Deixamos a liga fazer a investigação. O jogador foi convocado pela comissão, não posso dizer nada se houver uma investigação. Cabe à liga fazer suas investigações”, afirmou o treinador do Olympique de Marselha, André Villas-Boas, na quinta-feira passada.

Do lado parisiense, o treinador Thomas Tuchel disse estar preocupado com o veredito e considerou as sanções já tomadas pela comissão disciplinar “desequilibradas”, quando “em campo tive a sensação de que a agressão e a reação foram equilibradas”.

Até o momento, duas rodadas de sanções já foram aplicadas: a primeira afetou os jogadores do Olympique Jordan Amavi (3 jogos) e Darío Benedetto (1 jogo) e os parisienses Layvin Kurzawa (6 jogos), Leandro Paredes (2 jogos além de um sem cumprimento) e também Neymar (2 jogos e mais um sem cumprimento).

A segunda afetou o argentino Ángel di María (4 jogos) por cuspir na direção de Álvaro González.

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