ESQUEMA DE APOSTAS: Jogador que aceitou cometer pênalti tentou persuadir seis companheiros de time

O volante Marcos Alves Vinícius Barreira, conhecido como Romário, foi procurado por Bruno Lopez, apontado pelo Ministério Público de Goiás como o líder dos esquemas de manipulação de jogos, e aceitou cometer um pênalti na última rodada da Série B, em partida contra o Sport, em novembro de 2022. No entanto, dias antes do duelo, o jogador descobriu que ficaria no banco de reservas e, para não se complicar, tentou persuadir seis companheiros de time a cometer o pênalti, mas nenhum topou. As informações são do jornal O Globo.

De acordo com a publicação, Romário já tinha recebido R$ 10 mil da organização criminosa para realizar a infração. Se tudo desse certo, ele receberia mais R$ 140 mil depois. Como as apostas já tinham sido feitas, ele foi orientado por Lopez a procurar outro colega de elenco para cometer o pênalti.

Domingos

Gabriel Domingos de Moura, conhecido como Domingos, também do Vila Nova, foi um dos jogadores procurados por um outro apostador, identificado como VY. Nas mensagens, ele diz que vai realizar a infração no lugar de Romário. Em depoimento, no entanto, ele afirma que Romário pediu para ele falar que iria fazer o pênalti, mas quem realmente iria cometer era outro jogador, o Formiga, que hoje joga no Ceará. Um dia antes da partida, porém, Domingos diz para VY que não vai fazer nada.

À Lopez, líder dos esquemas, Domingos também conta que Formiga não sabia nada sobre a negociação. “O Formiga não quer fazer, se eu não explico pra ele o que o Romário fez ele quase sai na mão comigo. Romário está só dando cabeçada, não está fazendo nada só se enforcando. O Formiga não tinha nada a ver com isso.”

Lopez então compartilha com Domingos mensagens que trocou com Romário, em tom de ameaça.

Riquelme

Outro jogador procurado por VY foi Riquelme, meia do Vila Nova, mas que hoje joga pelo Campinense. Ele se nega a cometer a infração. “Eu não vou me meter não se não sobra do meu lado”, afirma.

Sousa

Romário também foi atrás do volante Sousa e aumentou o valor da proposta para R$ 200 mil: “Te peço irmão pela minha filha. Ninguém vai saber te juro”. O companheiro de equipe se nega: “Tá doido. Minha carreira mano.”

Jordan

Em uma das conversas entre Romário e Lopez, o zagueiro Jordan é mais um citado. “O Vitinho foi atrás do Jordan, mas Jordan não quis”, diz Lopes. Em depoimento, Jordan confirmou que foi procurado e que se recusou a participar do esquema. Ele diz ainda que Romário também lhe fez a oferta.

Formiga

Ao MP-GO, o jogador afirma que Romário pediu para ele cometer o pênalti, em troca de R$ 150 mil. O jogador diz que também recusou “pois não é da sua índole e não mancharia a carreira com isso”.

Jean Martim

Em depoimento, o meia Jean Martim, atualmente no Inter de Limeira, também conta que foi procurado por Romário, mas que se negou a participar “devido ao seu caráter”. Conforme o jogador, depois do jogo houve um “burburinho” sobre o assunto no vestiário.

Esquema de apostas

A Operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo MP-GO, revelou um esquema de apostas esportivas envolvendo jogadores de diversos times e divisões do futebol brasileiro. De acordo com a investigação, jogadores cooptados por grupos criminosos recebiam até R$ 100 mil para provocar cartões amarelos e vermelhos ou realizar outras ações dentro de campo.

A operação do Ministério Público ganhou notoriedade nacional nas últimas semanas, quando a segunda fase foi deflagrada e três mandados de prisão, 16 de preventiva e 20 de busca e apreensão foram cumpridos em 16 municípios de 20 Estados brasileiros diferentes, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro. No link, saiba mais sobre o escândalo que envolve o futebol brasileiro.

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