OPERAÇÃO BLACK HAWK: Máfia que pirateava cursos preparatórios para concursos tinha como líder ex-Agulhas Negras

O Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) da Polícia Civil faz, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, a Operação Black Hawk, contra uma máfia que pirateava cursos preparatórios para concursos públicos no país. Dentre os alvos dos nove mandados de prisão e 19 de busca e apreensão há um PM do 16º BPM (Olaria).

Os mandados estão sendo cumpridos no Rio (capital, Niterói, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Saquarema e Araruama) e em Minas Gerais (Juiz de Fora e Borda da Mata), por mais de 100 policiais. Até o momento, três pessoas foram presas, dentre elas o líder do bando, Antônio de Jesus Cabral, de 35 anos, que foi capturado em Vila Kosmos, na Zona Norte do Rio. Ele é ex-aluno da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).
De acordo com a investigações, a quadrilha vendeu milhares de cursos preparatórios pirateados, inclusive para os concursos das polícias Civil do Rio e de Minas, das polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF), além de cursos das carreiras fiscais e jurídicas. Eles faturaram cerca de R$ 15 milhões e causaram um prejuízo de R$ 65 milhões aos cursos oficiais.
Os cursos verdadeiros, que custavam de R$ 500 a R$ 10 mil, eram pirateados e vendidos pelos criminosos por até 10% do valor original na maior plataforma virtual de cursos pirateados do país.
Ainda segundo a polícia, Lothar Alberto Rossmann, 71, que é o hacker da quadrilha, era o responsável por quebrar a criptografia do streaming de vídeo dos cursos e transferir os arquivos para uma nuvem própria, onde as aulas eram disponibilizados para os clientes através de plataformas virtuais gerenciadas por Antônio de Jesus.
LARANJAS
Os agentes descobriram ainda, através de quebras de sigilos telefônico, telemático, bancário e fiscal, que para ocultar a grande movimentação financeira da quadrilha, Antônio de Jesus usava parentes como “laranjas”.
Durante as investigações, foi identificado que a mãe de Antônio, que possui um modesto salão de beleza, teve movimentação bancária de R$ 1,5 milhão e ganho líquido aproximado de R$ 500 mil em operações de bolsas de valores. Os valores foram apontados em relatório do então Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Outro artifício utilizado por Antônio para ocultar os bens do bando era o de manter os valores em nome dos vendedores. Eles usavam uma empresa fantasma, sediada em um shopping de luxo na capital paulista.
CRIMES
Um dos clientes do grupo identificado na investigação é funcionário do Tribunal de Contas de um estado e utilizou a rede (IP) do o próprio Tribunal para fazer a compra de um curso pirateado.
Os compradores identificados na investigação podem responder pelo crime de receptação, que tem pena de até 4 anos de prisão e, podem, inclusive, se investigados na operação.
Na ação de hoje, os agentes pretendem fazer o levantamento do patrimônio dos envolvidos para identificar os bens adquiridos com dinheiro de origem criminosa e embasar futuro sequestro judicial dos recursos. Todos os investigados vão responder por lavagem de dinheiro, associação criminosa, furto qualificado e violação de direito autoral.

 

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