SEM CRISE PARA AS SUGAR BABYS: Moças mais novas que se relacionam com homens mais velhos relatam que ‘mimos’ continuam mesmo na pandemia

Quando a pandemia da covid-19 começou a ganhar força e o isolamento social passou a ser necessário para conter a disseminação do vírus, Jennifer Lobo, fundadora do site de relacionamento sugar Meu Patrocínio, pensou que veria o movimento de sua rede social cair. “Sinceramente, eu estava com a expectativa de que o interesse fosse diminuir, já que as pessoas não poderiam sair para se encontrar”, conta ela.

No entanto, o extremo oposto aconteceu. O site, que tem como slogan “mulheres lindas, homens ricos”, antes registrava 20 mil novos inscritos por semana e passou a receber 36 mil novos interessados durante o mesmo período na quarentena, um aumento de 80%. A média de mensagens diárias enviadas, que girava em torno de 136 mil saltou para um milhão durante os tempos de isolamento social.

Na rede Universo Sugar, que tem um propósito semelhante, também houve uma disparada. Na primeira semana do isolamento social, o número de cadastrados subiu 23% e, no mesmo período, o site de relacionamento chegou a quase triplicar a média diária de permanência na plataforma, saltando de 15 para 56 minutos, um aumento de aumento de 273%.

Ambos os sites também estão oferecendo promoções para sugar daddies e mommies que queiram ver como a rede funciona sem pagar as mensalidades (que chegam a R$999). No Universo Sugar, pessoas acima de 60 anos — faixa de idade em que passam a ser grupo de risco do coronavírus — passaram a poder se cadastrar gratuitamente no site para experimentar como é a rede de relacionamento sugar, onde jovens procuram por pessoas mais velhas, quase sempre com o propósito de uma ajuda financeira. Já no Meu Patrocínio, foi liberado um código de acesso que libera o acesso de daddies e mommies por três dias ao serviço. Babies não pagam para estar na rede, mas passam por uma avaliação e precisam ter o perfil aprovado.

As redes, no entanto, incentivam que o tempo de isolamento social seja investido em conhecer pessoas, e desencorajam que a quarentena recomendada seja furada em encontros presenciais

“Eu acredito que as pessoas não estão se encontrando pessoalmente, a gente fez uma campanha pedindo para que as pessoas ficassem em casa, mas conectados. Você tem Facebook, Zoom, Instagram, Whats App, várias opções. Pode ter dates virtuais, tomar um vinho, cozinhar juntos, estamos dando ideias e dicas de como casais podem se conhecer melhor durante esse período, mas cada um da sua casas”, explica Jennifer Lobo.

No mundo sugar, crise financeira passa longe

Enquanto muitos sofrem com a crise financeira gerada pelo novo coronavírus, no mundo sugar, a economia parece funcionar em outra moeda e tudo vai bem, obrigada.

A sugar baby Fernanda Silva, de 38 anos, já vive um relacionamento sugar há 3 anos e não está sentindo os efeitos da crise nos mimos que costuma receber de seu daddy, de 53 anos.

“Os mimos não necessariamente dados em encontros presenciais. Uma flor, um perfume, uma bolsa, não necessitam ser entregues pelo daddy. Desta forma, nada mudou. O relacionamento sugar, quando saudável e respeitoso, permanece, o que fica pendente é a presença e muito presente a saudade. Hoje, estou em um relacionamento em que vivo em plena felicidade, sou mimada, sou cuidada e preservo isso, mesmo distante”, garante ela. A sugar baby conta que já recebeu, durante a quarentena, pratos de restaurantes como o francês Freddy, La Tambouille e também Mc Donald’s, porque ninguém é de ferro.

“Já recebi muitas flores, perfume, roupas, sapatos, chocolates, e muita comida!”, diz ela sobre o período de isolamento social.

Já o daddy Francisco, de 53 anos, que prefere se identificar apenas pelo primeiro nome, conta que, mesmo à distância, continua se relacionando normalmente com a sua sugar baby.

“A gente não mora juntos, então estamos isolados, mas nos falamos sempre por vídeo, WhatsApp. Eu sou um cara mais velho, estabilizado, que sempre gostou de mulheres mais novas. Para mim, o que vivo é um relacionamento normal e não um contrato”, garante o empresário, que segue ajudando financeiramente sua baby.

Nova no mundo sugar, a estudante de Administração Ana, de 22 anos, que não deseja se identificar, ficou sabendo melhor do mundo sugar durante uma ação de um dos sites de relacionamento em no carnaval do Rio, onde vive.

“A princípio foi só pra testar mesmo, ver como era essa dinâmica da proposta do site. Recebi bastante mensagem, comecei a conversar com alguns daddies e fui me interessando”, conta ela. Ama se inscreveu em março, pouco antes das restrições por conta da nova covid-19.

“Eu sempre me interessei por homens mais velhos e o relacionamento sugar tem um temperinho a mais. Então, me interessei bastante por um daddy e mantemos contato desde então. Mas, por conta do coronavírus ainda não nos conhecemos pessoalmente. Ele é de São Paulo, costuma vir para o Rio a trabalho de 15 em 15 dias”, conta ela.

A distância, no entanto, não impediu que ganhasse o primeiro mimo: um perfume acompanhado de um buquê de flores.

“Comentei que meu perfume havia acabado e seis dias depois recebi um”, conta Ana. Ela relata que jogou as flores fora, porque não gosta e mora com os pais. Para despistar, disse em casa que havia comprado o perfume em questão, um Chanel Paris, pode chegar a R$1000.

O primeiro encontro presencial, por enquanto, segue adiado para o final do isolamento social.

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