Forças Armadas sonegam a civis leitos desocupados para tratar COVID

Documento  enviado pelo Ministério da Defesa à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, do Senado, revelam que o comando das Forças Armadas negou o compartilhamento de leitos de enfermarias e UTIs com civis, apesar de haver vagas disponíveis em hospitais militares.

O documento é assinado pelo ministro da Defesa, general Walter Braga Neto, e foi elaborado em resposta a pedidos de estados e municípios: Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Amazonas e pelo município de Xanxerê, em Santa Catarina.

A pasta não detalhou quando os governos estaduais pediram os leitos, mas as planilhas entregues à CPI mostram que, em diversos períodos de janeiro a abril deste ano, havia vagas.

Ociosidade

Em uma série de reportagens, foi revelada a ociosidade de leitos em hospitais militares, especialmente de enfermaria, e a reserva de vagas a integrantes das Forças Armadas.

Braga Netto foi convocado a prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados, ocasião em que negou essa ociosidade e em que sustentou o argumento de que esses hospitais não integram a rede pública. Ele aponta valores menores de uso de dinheiro público nessas estruturas e diz que a maior fatia do financiamento sai de contribuição dos próprios militares.

Após a publicação as reportagens, a CPI incluiu o assunto no escopo da investigação e aprovou requerimento com requisição de informação ao Ministério da Defesa. Um projeto de lei que permite o compartilhamento de vagas com civis teve a urgência aprovada pelo plenário da Câmara.

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