SAI GALINHA PINTADINHA, ENTRA MÁSCARA: Fábrica de brinquedos desenvolve equipamento mais eficiente de proteção

Uma marca conhecida por brinquedos, como os da Galinha Pintadinha, vai enfrentar um desafio bem adulto nos próximos meses: produzir um novo modelo de máscara contra o novo coronavírus.

A primeira peça sairá da fábrica da Elka, instalada na zona norte de São Paulo, no dia 15 de maio. A máscara promete ter proteção semelhante aos modelos utilizados em hospitais. Como diferencial, é mais barata, tem melhor durabilidade e é mais fácil de ser higienizada.

A empresa estima produzir 200 mil peças até o fim deste mês, mas afirma ter capacidade para produzir até 600 mil caso a procura aumente. Profissionais de saúde serão os primeiros a receber os modelos.

Hospitais em Belém e Manaus, onde as mortes por coronavírus tem causado caos no sistema de saúde, demonstram interesse no projeto e já reservaram parte dos produtos para uma futura análise. Mas dez por cento da produção será doado, justamente, para instituições de saúde no país.

Como funciona a máscara

A máscara é feita de um polímero flexível similar à borracha. Nas regiões de bochecha, instalam-se filtros, similares ao de máscaras do tipo N95. Os filtros são protegidos por tampas para impedir o contágio pelo toque da mão, por exemplo.

Modelo de protótipo que será fabricado a partir de maio - Divulgação
Modelo de protótipo que será fabricado a partir de maio

Imagem: Divulgação

Segundo a empresa que assina o protótipo da marca, Nanox, testes registraram 95% de eficiência na filtragem bacteriana determinada pela BFE, tabela que define a resistência do material à infiltração de micropartículas. A porcentagem de proteção é igual ao modelo N95 convencional, tecido que desde a década de 70 é utilizada na construção civil e desde os anos 90 em hospitais.

A Nanox afirma que os novos modelos vão custar entre R$ 20 a R$ 30, mas que não precisarão ser descartados a cada turno de trabalho. O material pode ser higienizado com água e sabão e utilizado novamente com segurança — evitando investimento com novas compras.

O produto também vai com um kit com filtros de refil. Basta trocá-los e a máscara continuará pronta para uso, após higienização. O material também pode ser reciclado, o que ajuda a reduzir o descarte de produtos na natureza.

Inicialmente, a venda e o uso estarão concentrados apenas em hospitais, que têm enfrentado dificuldades com a falta de EPIs durante a pandemia.

Na composição da máscara também vai prata, material apontado como antiviral em alguns estudos. A própria Nanox reconhece que ainda falta a comprovação da eficácia do metal para este fim, mas afirma que o uso na produção da peça é seguro.

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