Escritor que ‘previu’ coronavírus em livros pede desculpas

O escritor Stephen King pediu desculpas por ter “previsto” o novo coronavírus e a reação à crise sanitária do presidente dos EUA, Donald Trump, em dois dos seus livros mais famosos, respectivamente em “A Dança da Morte” (The Stand) e “Zona Morta” (Dead Zone).

O autor disse ao apresentador Stephen Cobert, em entrevista por vídeo no “The Late Show”, que muitos fãs passaram a perguntar sobre suas previsões recentemente.

“Eu escrevi um livro chamado ‘Zona Morta’, que tinha um personagem, um comediante popular, que dizia aos americanos que conseguiria resolver o problema da poluição ‘mandando ela toda para o espaço’”, relembrou King, comparando o plano a declarações de Trump em relação à covid-19.

“Eu acho que, comparado a dizer para as pessoas injetarem desinfetante para curar o coronavírus, aquele plano de enviar a poluição para o espaço parece bem sensato”, brincou.

Outra publicação de King bastante lembrada durante a pandemia é “A Dança da Morte”, onde um vírus misterioso devasta o planeta e causa transformações profundas na sociedade, antecipando o apocalipse. A obra, inclusive, vai ganhar nova versão em breve, como minissérie na plataforma CBS All Access.

“Eu escrevi ‘A Dança da Morte’ em 1976 e ainda estou pedindo desculpas por isso, porque mais de 40 anos depois as pessoas falam, atrás de suas máscaras, que estão vivendo num livro de Stephen King. Minha resposta é: ‘Me desculpe por isso’”, relatou.

“Quando escrevi aquele livro, tinha acabado de acontecer um vazamento químico em Utah [nos EUA]. Eu fui a um médico que eu conhecia e perguntei: ‘Como seria se um vírus matasse 98% da população da Terra?’. Os olhos dele se iluminaram. Médicos adoram projetar esses cenários apocalípticos, quando eles são hipotéticos, é claro”, completou.

Stephen King ainda fez uma previsão aterradora sobre a pandemia. “Meu medo é que, com o coronavírus, as coisas voltem lentamente ao normal e o vírus sofra uma mutação e retorne”. Ele acrescenta: “O cenário de pesadelos, que para é onde a minha mente vai – desculpem! – , é que ele retorne mais letal que nunca”.

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