IMPUNIDADE: Empresário embriagado mata pedestre com carro na contramão e sai pela porta da frente do Fórum Criminal

Morar no Brasil é uma montanha russa de emoções. É viver equilibrado numa linha finíssima entre o amor incondicional pelo país e o nosso povo, e a desilusão e o descrédito com as nossas instituições.

Hoje mesmo, acordamos com a notícia estarrecedora de que o empresário Miguel Luiz da Silva Junior, de 29 anos,  empreendendo fuga das autoridades policiais, invadiu a contramão na BR-101 com seu carro em altíssima velocidade matando um pedestre inocente, o cidadão Lindemberg Daniel Neves da Silva, da mesma idade.

Se o caso por si só já é chocante e revoltante, imagine saber que esse criminoso foi solto com celeridade pela nosso sistema judiciário? É de perder a fé em dias melhores.

Como vimos, o problema não é da nossa polícia. Ela cumpre o seu papel. Mas de que adianta, se o nosso judiciário é falho e conivente com o crime? E nesse caso, não dá nem para dizer que são as leis porque o delegado do caso, Fábio Pontes, afirmou que havia indícios da prática do crime de homicídio doloso e porte ilegal de armas, já que o criminoso tinha sinais de embriaguez e carregava com si uma pistola calibre 380 e um simulacro.

São crimes que, somados, deveriam dar um bom tempo de cadeia. Após, é claro, o devido processo legal. Só que o promotor do caso, Arlan Costa Barbosa, sugeriu ao juiz plantonista que conduziu a audiência de custódia, Salvador de Oliveira Vasconcelos, que o empresário assassino deveria responder ao processo em liberdade.

Ou seja, o promotor, que é a figura do direito responsável por oferecer denúncias e cobrar da Justiça a aplicação da lei no seu maior rigor possível foi justamente quem deu a ideia de que tal meliante deveria sair pela porta da frente do Fórum Criminal, mesmo após ter feito o que fez. E o juiz, que tem a prerrogativa da decisão final, acatou a sugestão. Salvador, numa canetada só, salvou a pátria de Miguel.

Não basta apenas nossos parlamentares endurecerem as punições previstas na nossa legislação. É necessário e urgente que as leis que já existem sejam cumpridas à risca. E que os conselhos e órgãos que fiscalizam a atuação de juízes e promotores façam o seu papel. Chega de tanta impunidade!


Mostrar mais
Botão Voltar ao topo