“Tô encurralado. Ora aí”: disse morto do Jacarezinho à família

Familiares dos mortos da operação da Polícia Civil no Jacarezinho, considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, divulgaram trocas de mensagens pelo WhatsApp que revelam como foram os últimos momentos de alguns deles durante o tiroteio na manhã da última quinta-feira (6).

Na porta do Instituto Médico Legal, Rosiane Mendes, tia de John Jefferson Mendes Rufino da Silva, 30 anos, mostrou ao portal G1 a conversa que ele teve com a irmã, Ingrid Hellen. No texto, ele diz que está na casa, encurralado e pede para ela orar.

A irmã respondeu às 8h15: “Não sai daí de jeito nenhum”. Rosiane também disse que trocava mensagem com John, mas apagou por medo. A última que ele respondeu foi às 8h24. Depois, ainda insistiu mandando pontos e emojis, mas não recebeu mas nenhum retorno de John.

História parecida contou Anderson Araújo sobre o sobrinho, Marlon. Ele disse que o rapaz ficou encurralado na casa onde vários corpos foram encontrados.

“Ele ligou para a minha irmã umas 8h20 falando que estava preso na casa, que não conseguia sair. Depois, umas 8h30, ele mandou uma mensagem com a voz bem baixinha dizendo: ‘Mãe, ora por mim'”, dizia a mensagem.

Para os parentes, as mensagens mostram o horário provável em que os familiares foram mortos e que eles estavam acuados com a intenção de se entregar.

“E daí se ele tinha envolvimento ou não? Tinha que pegar, levar e prender. Não matar. Mãe nenhuma pare traficante, não. Mãe, pare gente e mãe nenhuma merece isso”, disse uma das parentes.

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