POUCA PÓLVORA: Investimento e poderio bélico brasileiro é menos que a metade do norte-americano

O jornal paulista o Estado de São Paulo fez um comparativo dentre o poderio militar brasileiro em comparação ao norte-americano. A análise foi feita após o pronunciamento do presidente da República Jair Bolsonaro na última terça-feira no qual ele afirmou que se o diálogo brasileiro com os EUA sobre a autonomia da Amazônia não for mantido por vias diplomáticas o assunto poderá ser resolvido por vias militares.

O presidente brasileiro é um dos líderes mundiais que ainda não reconheceu a vitória de Biden – ao seu lado estão nomes como o russo Vladimir Putin, o chinês Xi Jinping e o norte-coreano Kim Jong-Un. “Assistimos há pouco um grande candidato à chefia de Estado dizer que se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele levanta barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que nós podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá, né, Ernesto (Araújo, chanceler). Porque quando acabar a saliva, tem que ter pólvora, se não, não funciona. Precisa nem usar a pólvora, mas precisa saber que tem”, afirmou Bolsonaro em evento na terça à tarde.

Horas depois da declaração do presidente, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, publicou em seu Twitter um vídeo exaltando o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA. De acordo com o ranking realizado pelo site Global Firepower, os EUA investem US$ 750 bilhões em Defesa. No Brasil, o investimento estimado é de US$ 27,8 bilhões, em uma diferença que se traduz em números, estrutura, força e capacidade de projeção de poder.

Os EUA detêm cerca de 5.800 armas nucleares – o Brasil não tem nenhuma. Os americanos têm cerca de 715 caças de combate, enquanto o Brasil tem 78. As Forças Armadas dos EUA têm ainda 5.768 helicópteros e 6.289 tanques – por aqui, são 242 e 437, respectivamente.

Ainda por terra, os EUA têm 39.253 veículos blindados de combate e 1.366 lançadores de foguete – no Brasil, são 1.820 e 84. No mar, os EUA têm 20 porta-aviões, 91 destroyers e 66 submarinos. O Brasil não tem nenhum porta-avião, nenhum destroyer e seis submarinos.

“As duas únicas forças armadas no mundo que conseguiriam se contrapor um pouco às Forças Armadas dos EUA seriam a China e Rússia”, explica Gunther Rudzit, professor de relações internacionais da ESPM e especialista na área de segurança e defesa. “A capacidade e a organização das Forças Armadas dos EUA estão num patamar tão, mas tão elevado, que nenhuma outra no mundo consegue chegar perto”.

Mostrar mais
Botão Voltar ao topo