Professor de Escola Cívico-Militar de João Pessoa ameaçava alunas que não aceitavam assédio

A Polícia Civil começou a investigar, nessa quarta-feira (16), denúncia de assédio sexual na Escola Municipal Cívico-Militar Chico Xavier, localizada no bairro do Bessa, em João Pessoa.

Um professor de Língua Portuguesa teria abusado e importunado sexualmente adolescentes com idade entre 13 e 14 anos.

“Minha filha já havia me falado que ele [o professor] estava com insistências e comportamentos estranhos. Nós, como pais, orientamos e ela soube se proteger. Só que hoje, quando fui buscá-la na escola, notei que ela estava muito nervosa. Ela disse que tinha sido assediada, que o professor tinha passado a mão não somente nela como em outras alunas em várias outras oportunidades”, disse o homem, que preferiu não ser identificado.

Conforme o relato, o professor teria chegado a ameaçar dar notas baixas a alunas que não cedessem às suas investidas. “Pelo o que eu soube, as investidas dele eram inicialmente sutis, depois se tornavam mais constantes, até chegar ao fato de hoje [quarta-feira]”, disse o pai de uma das denunciantes. Ele acredita que a escola tinha conhecimento da conduta do professor, mas tentava ocultar o caso.

“Quando fomos na diretoria da escola, tinha mais quatro ou cinco pais com mais vítimas. Ou seja, ele vinha fazendo isso há muito tempo. A reação da direção foi muito suspeita. Falaram que o professor não estava na escola, mas depois descobrimos que ele estava lá sim. Tudo indica que a escola foi negligente. Se nós estávamos lá denunciando, poderiam ter chamado a polícia na hora, mas o que disseram foi ‘vamos fazer uma reunião, amanhã a gente conversa’. Aí nós começamos a imaginar mil coisas, se tem mais pessoas envolvidas, se a escola já sabia… Eu tinha uma boa impressão da escola, mas diante do comportamento dos funcionários, ficou parecendo que eles já sabiam de tudo e queriam abafar”, desabafou.

A Secretaria Municipal de Educação disse que o professor investigado foi afastado das atividades pedagógicas e que as denunciantes e seus familiares poderão contar com apoio de psicólogos e assistentes sociais para lidar com a situação.

A Secretaria também falou que lamenta o ocorrido e colaborará para esclarecer os fatos e garantir a integridade das estudantes.

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