Protestos antirracismo nos EUA têm confronto em Seattle e uma morte em Austin

Cenas de confronto e violência ocorreram em meio a protestos antirracistas em Seattle e Austin, nos EUA, na tarde e noite deste sábado (25).

A data marca dois meses da morte de George Floyd, sufocado por um policial branco em maio. O caso gerou uma onda de protestos contra o racismo que se espalhou pelo país.

Em Austin, no Texas, uma pessoa morreu após tiros serem disparados durante um protesto. A vítima estava em um carro, e foi atingida pelo disparo de um rifle.

O autor do tiro foi preso, segundo a polícia, que não deu mais detalhes sobre o caso.

Em Seattle, no estado de Washington, dezenas de pessoas foram presas e policiais ficaram feridos em meio ao maior protesto do movimento Black Lives Matter (vidas negras importam) em várias semanas.

Alguns manifestantes colocaram fogo em uma construção de um prédio que será uma detenção juvenil. Depois disso, a polícia tentou dispersar os milhares de manifestantes, com uso de armas não-letais.

Às 22h (2h de domingo em Brasília), a polícia disse ter prendido 45 pessoas e informou que 21 agentes haviam ficado feridos, após serem atingidos por tijolos, pedras e bombas lançadas pelos ativistas.

Também no sábado, um grupo de manifestantes negros armados protestou em Louisville, no estado do Kentucky, exigindo justiça para Breonna Taylor, uma mulher negra morta em março por policiais que invadiram seu apartamento.

Inúmeros manifestantes, vestidos com uniformes paramilitares e levando fuzis semiautomáticos e espingardas, caminharam até uma intersecção onde a polícia os separava de um grupo menor de manifestantes contrários.

O protesto foi pacífico, mas três pessoas foram hospitalizadas com ferimentos leves após uma arma disparar acidentalmente.

Na semana passada, o presidente Donald Trump anunciou o envio de agentes federais para Seattle e mais outras cidades, o que acirrou os ânimos.

Vídeos que se espalharam pela internet mostrando agressões e prisões sem justificativa por agentes federais sem identificação —utilizando carros também não identificados— mobilizaram mais manifestantes a ir para as ruas e geraram reações de líderes do Partido Democrata pelo país.

A atuação das forças federais contra manifestantes é mais um componente na corrida presidencial nos meses que precedem a eleição, em novembro.

Trump, que aparece atrás de seu rival, o democrata Joe Biden, na corrida à Casa Branca, tem usado os protestos antirracistas e o debate em torno dos símbolos nacionais para mobilizar sua base.

Assim, o republicano tenta fazer do discurso de lei e ordem um dos temas de sua campanha, tirando os holofotes da resposta da Casa Branca à pandemia de coronavírus, aspecto no qual é mal avaliado.

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